21 de março de 2013

João Bouza da Costa, Travessa d’ Abençoada


História passada em 24 horas na travessa de um bairro antigo de Lisboa. Inúmeras personagens numa amálgama de multiculturalidade e marginalidade. Talvez o retrato de uma Lisboa decadente ou então é a sociedade que constitui os seus moradores a tentarem sobreviver numa Europa/mundo em crise.
Grupo de leitores da Biblioteca Municipal de Algés

20 de março de 2013

António M. Marques, A Imperfeição do Presépio


Trata-se de um “ álbum de memórias” onde a protagonista, usando um discurso intimista, reflexivo e oralizante, vai falando de tudo o que lhe vem à cabeça. O interlocutor que nunca chega a aparecer vai “escutando” histórias, comentários, reflexões sobre a vida da protagonista e dos que a rodeiam, ao longo da sua vida, sobre vários acontecimentos sociais, históricos, etc. que têm lugar ao longo do século XX. Oriunda de uma classe desfavorecida, provavelmente iletrada, usa uma linguagem, simples, popular com regionalismos, etc.
 
Leitor do Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

19 de março de 2013

Carla M. Soares, Alma Rebelde


Narrativa com características realistas mas com uma vertente romântica acentuada.
O modo como é apresentada ajuda o leitor a familiarizar-se com a problemática da condição feminina em meados do séc. XIX.
Através da sua leitura, somos colocados perante a – mentalidade da sociedade patriarcal portuguesa: a educação ministrada às jovens da alta burguesia, o objectivo a que se destinava; - o retrato das classes sociais dominantes (a nobreza arruinada e a burguesia).
Trata-se de uma escrita feminista e intimista, visto que a protagonista se reflecte nela e reflecte sobre si própria e sobre os acontecimentos da sua própria vida. De referir, ainda, a objectividade e o realismo presentes na descrição de ambientes, físicos, sociais, de personagens, etc.

18 de março de 2013

António Manuel Marques, A imperfeição do presépio


Narrativa da vida de uma mulher vulgar na segunda metade do século XX. O autor revela através da protagonista um discurso intimista e reflexivo sobre os universos conjugal, familiar, trabalho e amizades.


Grupo de leitores da Biblioteca Municipal de Algés

17 de março de 2013

João Bouza da Costa, Travessa d’ Abençoada


Na travessa d´Abençoada encontra-se representada quase toda a sociedade citadina.
Apesar da miséria e das dificuldades que enfrentam, as personagens surgem de forma tão viva, tão real que facilmente cativam o leitor.
A tolerância, a simpatia e a solidariedade patentes em algumas destas personagens é tocante.
Nas suas deambulações pela cidade o narrador/personagem consegue levar o leitor a percorrer com ele as ruas, as avenidas, os jardins e os múltiplos recantos de Lisboa, ao mesmo tempo que lhe vai contando parte da sua história.
O discurso é denso, repleto de riqueza e propriedade vocabular. A linguagem é clara, objectiva, adequada às personagens em causa.

16 de março de 2013

João Ricardo Pedro, O teu rosto será o último


Várias histórias dentro da mesma história com cronologias distintas e aparentemente díspares mas que se encaixam e onde alguns capítulos têm sub-finais surpreendentes. O primeiro romance do engenheiro desempregado está a superar as expectativas do próprio.


Grupo de leitores da Biblioteca Municipal de Algés

15 de março de 2013

João Ricardo Pedro - O teu rosto será o último



A desconstrução, tão cara à literatura contemporânea, é aqui manejada com mestria para compor uma história que abarca uma boa parte do séc.XX e onde se incluem memórias (não vividas pelo autor) da guerra colonial e do 25 de Abril. O encadeamento dos temas, o retrato das personagens, os avanços e recuos no tempo, a forma como os "mistérios" se vão, ou não, resolvendo, são verdadeiramente admiráveis. E ainda mais, tratando-se de 1ºromance. Talvez o que mais me tenha impressionado seja a tristeza infinita que atravessa toda a obra, resultante da tomada de consciência de memórias passadas que uns aceitam pacificamente e de que outros não se libertam. E tudo sem agressividade, com muita serenidade, diria até doçura. Perturbante, também, é o horror que nos é servido em pequenas e sucessivas doses, num crescendo que incomoda. Há aqui uma quase obsessão por sangue, pés e mãos feridas, amputações...O autor dá enorme importância aos pormenores mais ínfimos, aliás indispensáveis para uma boa compreensão do conteúdo. Mas revela, sobretudo, uma enorme sensibilidade.

Maria Luzia Pacheco (Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras)

14 de março de 2013

Tiago Patrício - Trás-os-Montes


Assim como há quem diga que quando se morre não se vai logo para a morte, ponho-me para aqui a imaginar quais terão sido os sítios por onde andámos antes de sabermos que existíamos.

Só a partir do momento em que nos lembramos dela é que podemos dizer quando começa a nossa infância. Aquilo que não recordamos não existe. Por isso é tão significativo o que a nossa memória retém desse período – a surpresa, a verdade dos sentidos, a liberdade do olhar.

Pareceu-me que este romance tinha que ver com estas sensações. Lembro-me de uma impressão semelhante me ter ficado de uma outra história, que como esta, resolvi partilhar com gente de quem gostava – Panait Istrati, Os Cardos de Baragan, que redescubro num esforço googlíco de memória.

Ora, ao ler Trás- os-Montes, é essa sensação que me prende, a mesma de quando li Panait Istrati, num tempo em que nem sabia onde ficava a Roménia. De ambos me ficam as infâncias de sítios fechados, lugares que ninguém conhece, lugares que imagino no meio de montes e por detrás de muros que se abrem para mundos brilhantes, por caminhos de infâncias à beira da terra, de segredos que se escondem dentro dela e nos ensinam a viver.

 A crueldade infantil, a caça aos pássaros, a vergonha do corpo da mãe de Teodoro, as regras estritas de costumes em que os irmãos controlam as irmãs, o seu bom nome. As missas, as raparigas mais velhas com os cestos de ofertório em roupas de cabaré, o pecado, as revistas com mulheres, tenho de pecar, tenho de pecar senão rebento, diz Edgar.

Trás-os-Montes, um livro aonde apetece voltar, como a todas as infâncias.

M.ª João Carrilho (Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras)

13 de março de 2013

João Rebocho Pais, O Intrínseco de Manolo



Histórias de alentejanos quase irreais mas que tenta dar uma atmosfera quase real.

Grupo de leitores da Biblioteca Municipal de Algés

12 de março de 2013

João Rebocho Pais - O intrínseco de Manolo


Obra muito interessante, texto e diálogos bastante interessantes e claros, com personagens riquíssimas e bem descritas, a merecer boa atenção e razoável nota, ainda que não o julgemos dever ser escolhido para a seleção em causa.

Francisco Adolfo Gomes (Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras)

11 de março de 2013

Alexandra Lucas Coelho, E a Noite Roda


Leitura agradável e interessante pelos lugares e situações a que reporta o leitor. Muitas referências culturais. Linguagem clara e agradável. Seria vantajoso ter um glossário.

Grupos de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

10 de março de 2013

Ana Sofia Fonseca, Como Carne em Pedra Quente


Escrita boa, fluente sem subterfúgios, tornando a leitura fácil com determinação que nos leva ao objectivo final da mensagem. Trata-se portanto de uma linguagem sem exageros mesmo quando aborda sentimentos, afectos e actos íntimos. A autora aborda de forma muito forte o que é a vivência de alguém que experiencia conscientemente a aproximação da meta final da vida humana.
Como Carne em Pedra Quente é mesmo uma experiência única na vida que neste caso teve um final feliz depois dos tormentos pelos quais passou.

Grupo de Leitores da Biblioteca Municpal de Algés

9 de março de 2013

Ana Sofia Fonseca, Como Carne em Pedra Quente


Escrita boa, fluente sem subterfúgios, tornando a leitura fácil com determinação que nos leva ao objectivo final da mensagem. Trata-se portanto de uma linguagem sem exageros mesmo quando aborda sentimentos, afectos e actos íntimos. A autora aborda de forma muito forte o que é a vivência de alguém que experiencia conscientemente a aproximação da meta final da vida humana.
Como Carne em Pedra Quente é mesmo uma experiência única na vida que neste caso teve um final feliz depois dos tormentos pelos quais passou.

Grupos de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

8 de março de 2013

Festival do Primeiro Romance de Chambéry nas Bibliotecas Municipais de Oeiras



As Bibliotecas Municipais de Oeiras, enquanto parceiros representantes de Portugal, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry, efectuaram uma pré-selecção dos primeiros romances de autores nacionais com o objectivo de escolher o escritor que irá representar Portugal na edição deste ano. 
Como forma de divulgar os livros que fizeram parte da lista de pré-selecção nacional, as Bibliotecas Municipais de Oeiras convidam os seus leitores a conhecerem  estes 11 autores que escreveram o seu primeiro romance no último ano:

Alexandra Lucas Coelho - E a noite roda
Ana Miranda - O Diabo é um homem bom
Ana Sofia Fonseca - Como carne em pedra quente
António Manuel Marques - A imperfeição do presépio
Bruno Margo - Sandokan e Bakunine
Carla M. Soares - Alma Rebelde
Luís Francisco - A vida passou por aqui
João Bouza da Costa - Travessa d'Abençoada
João Rebocho País - O intrínseco de Manolo
João Ricardo Pedro - O teu rosto será o último
Tiago Patrício - Trás-os-Montes


Esperamos pela sua visita!

Célia Correia Lourenço - Demência


Não recomendaria a sua leitura

Maria Aguiar Lança Coelho (Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras)

7 de março de 2013

João Ricardo Pedro, O Teu Rosto Será o último


A escrita é agradável, com força e portadora de imagens interessantes. Discurso que nos prende mas peca por trechos em calão. A linguagem é frequentemente manchada por “conversas” que são impróprias, normalmente na relação pai/filho mais próprias em militares em certas situações no mato. Considera-se que há situações desnecessárias no contexto apresentado. O enredo é interessante deixando pontas da meada por ligar “convidando” o leitor para “adivinhar” ou construir/ completar o puzzle…

Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

6 de março de 2013

Luís Francsico, A Vida passou por aqui


O autor adopta um tipo de escrita que nos prende pois sente-se uma sensação de continuidade entre cada “história” das diferentes personagens. Não há um uso de linguagem mais pobre e na generalidade mantêm-se dentro de parâmetros aceitáveis e normais. O entrelaçar de histórias de vida de cada personagem leva o leitor a vivenciar o dia-a-dia de uma cidade em termos sociais. As histórias são simples mas mostram o que normalmente nos “passa ao lado” por termos outras vidas na nossa vida.

Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

5 de março de 2013

Alexandra Lucas Coelho, E a Noite Roda


A leitura por dever de ofício tem uma escrita agradável e uma linguagem apropriada a cada situação vivida/ apresentada.
O enredo é o habitual nestas histórias, não havendo muito mistério, apesar de manter-se o suspense nos romances de amor quase se adivinhando o que pode vir a seguir.
A componente mais interessante, embora em contexto de romance é a apresentação de uma imagem num período histórico ainda em curso que é o conflito israelo/palestiniano seguindo a vida da autora.

Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

4 de março de 2013

Tiago Patrício, Trás-os-montes

Passado em Trás-os-Montes, num mundo rural muito marcado pelas características culturais e religiosas. É uma viagem do autor pelo universo da infância e da adolescência, pelo fascínio do que é proibido (revistas, cigarros, violência). Nunca se chega a perceber exactamente o que acontece aos personagens principais (ainda que se adivinhe, pelo menos para o principal) que seja trágico. Gosto da narrativa concisa e sem excessos.

Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras

3 de março de 2013

António Manuel Marques, A imperfeição do presépio


O autor tem um tipo de escrita agradável, sem rodeios e floreados. Usa uma linguagem adequada não caindo no facilitismo popularucho mesmo quando descreve cenas mais duras. Destaca-se também o uso de termos populares adequados ao estracto populacional retratado. Encontramos aqui um retrato individual e colectivo percorrendo a sociedade do século XX e a força de uma mulher/mãe/avó como amiga e integradora em diferentes comunidades, passando pela evolução da sociedade entre 1930/1974.



Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Algés

2 de março de 2013

Bruno Margo, Sandokan & Bakunine

Romance bastante diferente dos que temos lido no grupo de leitores. A Narrativa desenvolve-se numa constante intereseção entre o real e o fictício, numa torrente de pormenores inimagináveis, com recurso a extensas e numerosas notas de rodapé, da autoria do próprio romancista, mas apresentado como se de um elemento exterior ao romance se tratasse, notas essas que nos vão fornecendo pistas sobre o próprio desenvolvimento da narrativa e sobretudo, sobre a estrutura adotada na obra.
Muito original e com uma imaginação prodigiosa, Bruno Margo consegue construir uma obra complexa mas fascinante e tudo isto, como diria Saramago "sem nunca perder o pé".


Maria Luzia Pacheco
(Grupo de Leitores Biblioteca Municipal de Oeiras)

João Rebocho Pais - O intrínseco de Manolo


João Rebocho Pais nos apresenta em sonhos o modo de viver a vida. O seu intrínseco é bondade escondida, é quedar-se sentado, enquanto em silêncio cantam, bebem e dançam. A magia dos sons, o gorjeio dos pássaros, a leveza das folhas, o calor da terra, nos leva a sonhar que uma árvore nos serve de companhia nos momentos de fragilidade.

Augusto Freire Martins (Grupo de Leitores da Biblioteca Municipal de Oeiras)

1 de março de 2013

O eleito de 2012



No ano passado Nuno Carmaneiro foi o escritor escolhido dos Grupos de Leitores de Oeiras para representar Portugal no Festival du Premier Roman.

E este ano quem será o escolhido?