2 de novembro de 2015

Ana Cássia Rebelo - "Ana de amsterdam"

Autor: Ana Cássia Rebelo
Título: Ana de Amsterdam


BIOGRAFIA

Ana Cássia Rebelo trabalha das nove às cinco, como jurista, em Lisboa, numa instituição pública. Às cinco da tarde inicia o segundo turno – cuidar dos filhos –, que se prolonga até por volta das onze da noite: dar banhos, ajudar com os deveres da escola, fazer o jantar. No dia seguinte, de manhã cedo, prepara-lhes o pequeno-almoço, leva-os à escola, regressa ao trabalho. Assim dia a dia, hora a hora, minuto a minuto. A Madalena, o João e o Joaquim são a sua prioridade, a eles se dedica sem restrições e a eles se sacrifica inteiramente, com infinita disponibilidade e amor. Os filhos são os pontos de apoio que lhe regem a existência, é maravilhoso que existam, sente-se feliz quando os tem a seu lado, nada lhe dá mais força; a profissão, por outro lado, garante-lhe a subsistência, permite-lhe aplicar o diploma de licenciada em Direito pela Universidade Católica e dá-lhe um sentido prático da realidade.
 
 
 
SINOPSE      

Do famoso blogue «Ana de Amsterdam» (cujo nome remete para a famosa canção de Chico Buarque), a autora juntamente com o escritor e investigador João Pedro George fizeram uma seleção dos melhores e mais memoráveis textos. Um conjunto coeso que finalmente revela a poderosa e abrasiva voz literária de Ana Cássia Rebelo para lá da blogosfera. O diário íntimo (e ferozmente honesto) de uma mulher dos nossos tempos.
Prefácio de João Pedro George
«Ana interpreta a condição de muitas mulheres que coabitam com a frustração, asfixiadas pela casa, pelos filhos, pelo trabalho, pela falta de apoio. Noutras palavras: pelos preceitos do repugnante machismo, que impede as mulheres de admitirem publicamente que os filhos lhes esmagam as ambições, as capacidades, as forças realizadoras, e as impossibilitam de desenvolverem plenamente as múltiplas facetas da sua personalidade; pela práxis estabelecida, que diz que a mulher deve ser recatada, deve sujeitar-se ao decoro e circunscrever-se à lógica do coração e dos sentimentos; do pudor tradicional, que castiga as mulheres que confessam gozo sexual, indolência, frigidez, tristeza crónica, rotulando-as de grosseiras, indecentes, deselegantes, umas galdérias (se alguns destes textos chocarem a moralidade convencional, diga-se, desde já, bendita seja), e considerando-as inquietantes e irresponsáveis, sem textura moral, um foco de instabilidade e uma ameaça à educação dos jovens.»




Fotos: Bertrand